Tempos de Mudanças
Ao longo da década
de 1920, a política brasileira – inserida numa prática liberal-autoritária, em
que a convivência entre um liberalismo econômico e a política regida pelos
grandes latifúndios resultou, quase sempre, em compromissos de parte das elites
em torno de uma ordem não afeita a uma participação política mais ampla
(Mercadante, 1980) – se depara com uma incapacidade em dar conta de uma
estrutura social, econômica e cultural que, em se tratando, certamente, das
grandes cidades do país de então (Rio de Janeiro e São Paulo), começava a
sentir os reflexos, inclusive na geografia material desses centros urbanos, de
um processo de modernização. Evidencia-se, pois, o ocaso do sistema
político-econômico agro-exportador, ainda mais a partir da Revolução de 1930,
quando oligarquias menos comprometidas com o sistema mencionado – sem serem
necessariamente industrialistas, note-se bem – tomam o poder.
Em um período de
quinze anos, cuja arquitetura política foi inegavelmente conduzida de forma
central por Getúlio Vargas, fermenta entre distintos setores das elites
brasileiras um ideário político dia a dia distanciado do liberalismo,
dialogando com um amplo espectro ideológico; contudo, marcadamente antiliberal
e reivindicador de um fortalecimento do Estado. Disso resulta – e não só no
Brasil-uma modernização autoritária: as propostas antiliberais, por vezes
passadistas e regressistas, adotariam intenções ‘progressistas’, que viam na
técnica e na ciência, desde que postas a serviço de uma nova ordem comandada pelo Estado, as soluções para os descaminhos aos quais
conduziram a República Velha. Neste sentido, era imperativa a construção –
geográfica, jurídica, histórica, social e cultural – do Estado-Nação.Claro que
no meio de tudo isso também é de suma importância percebemos as mudanças
Culturais provocadas pelo Movimento Modernista e pelo próprio feminismo,tão bem
representado na Paraíba pela professora Anayde Beiriz.
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