segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Texto de Introdução a III Unidade

Tempos de Mudanças
Ao longo da década de 1920, a política brasileira – inserida numa prática liberal-autoritária, em que a convivência entre um liberalismo econômico e a política regida pelos grandes latifúndios resultou, quase sempre, em compromissos de parte das elites em torno de uma ordem não afeita a uma participação política mais ampla (Mercadante, 1980) – se depara com uma incapacidade em dar conta de uma estrutura social, econômica e cultural que, em se tratando, certamente, das grandes cidades do país de então (Rio de Janeiro e São Paulo), começava a sentir os reflexos, inclusive na geografia material desses centros urbanos, de um processo de modernização. Evidencia-se, pois, o ocaso do sistema político-econômico agro-exportador, ainda mais a partir da Revolução de 1930, quando oligarquias menos comprometidas com o sistema mencionado – sem serem necessariamente industrialistas, note-se bem – tomam o poder.
Em um período de quinze anos, cuja arquitetura política foi inegavelmente conduzida de forma central por Getúlio Vargas, fermenta entre distintos setores das elites brasileiras um ideário político dia a dia distanciado do liberalismo, dialogando com um amplo espectro ideológico; contudo, marcadamente antiliberal e reivindicador de um fortalecimento do Estado. Disso resulta – e não só no Brasil-uma modernização autoritária: as propostas antiliberais, por vezes passadistas e regressistas, adotariam intenções ‘progressistas’, que viam na técnica e na ciência, desde que postas a serviço de uma nova ordem comandada pelo Estado, as soluções para os descaminhos aos quais conduziram a República Velha. Neste sentido, era imperativa a construção – geográfica, jurídica, histórica, social e cultural – do Estado-Nação.Claro que no meio de tudo isso também é de suma importância percebemos as mudanças Culturais provocadas pelo Movimento Modernista e pelo próprio feminismo,tão bem representado na Paraíba pela professora Anayde Beiriz.



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