Juliana Falcão
Tarzan surgiu em 1912, uma
invenção do escritor norte-americano Edgar Rice Burroughs,
e apareceu nos quadrinho no ano de 1929. Para construir o enredo o preparo do
escritor foi quase inexistente, ele nunca foi a África e não obteve nenhum
estudo detalhado para construir toda a trama, sua maior inspiração, foi apenas,
as obras de outros autores que, de certa forma, tinham um vinculo com o que ele
queria produzir.
Através dessa justificativa,
podemos constatar o quanto o pensamento do imperialismo e do neocolonialismo estava
e está fixo na mentalidade das pessoas, pelo fato de passar despercebidos aos
olhos não treinados, a estar naturalizado na sociedade.
Apesar de ter ficado abandonado
na floresta desde pequeno, ter sido criado por macacos, nunca ter tido um
contato real com a sociedade inglesa e com as etiquetas sociais, ele por ser filho
de um casal inglês, branco, se tornou superior (o rei da selva). Adjetivos como
belo, inteligente, forte são facilmente direcionados por nos telespectadores a
ele no momento em que estamos, lendo sua história ou assistindo o seu filme.
No primeiro romance escrito por
Burrroughs, Tarzan consegue até aprender a ler e escrever sozinho: ao encontrar
a cabana onde os pais biológicos viviam, descobre alguns livros no antigo
escritório do pai e começa a tentar decifrar os textos e pratica exercícios de
caligrafia. Ou seja, a história de Tarzan reflete uma visão de mundo marcada
pelo determinismo biológico (o que está intimamente ligado ao darwinismo
social): seriam os genes, a ascendência, é que determinariam o sucesso e não o
meio social.
(Túlio Vilela formado em História pela
USP é professor da rede pública do Estado de São Paulo).
Tarzan, demostra em seu contexto
que apesar das condições em que um homem branco, europeu, e cristão cresça, ele
não vai se desviar da “naturalidade” que é dada por Deus que é de serem sempre
superiores às demais raças existentes no mundo. Comprovando assim que o negro,
por exemplo, é inferior independente do lugar que ele ocupe.
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